Durante a etapa do Global Legal Hackathon (GLH), realizada na sede da OAB Paraná durante os dias 06, 07 e 08 de março, a FESP foi representada por três alunas do curso de Direito: Aline Lorusso Busse, Franciane Paola Borges da Costa e Schnaider da Silva Ferreira. Cada uma das alunas atuou em diferentes equipes formadas por integrantes de diferentes cursos, que contaram com 52h para desenvolver soluções para problemas encontrados na sociedade dentro da temática jurídica.

Duas equipes foram classificadas para concorrer na semifinal: A equipe I Saw, que levou o primeiro lugar com a criação de software para fazer uma varredura em sites e realizar a adequação à nova Lei Geral de Proteção de Dados, identificando se está ocorrendo coleta de dados sem consentimento do usuário; e a Equipe HERA, que se destacou na categoria “Inclusão Feminina”. As duas equipes vão concorrer na semifinal, que será on-line, com um pitch (breve apresentação dos projetos criados) em vídeo e slides (pitch deck) com o projeto, que devem ser enviados até 22 de março para a organização mundial do GLH. Nessa etapa, as referidas equipes disputarão com os vencedores de todas as cidades do mundo onde a competição foi realizada. No Brasil, o evento foi realizado em 12 cidades. Os selecionados vão participar da final, que será realizada em Londres, no mês de maio.

Integrante da Equipe Hera, Franciane Paola Borges da Costa, aluna do 10º período do curso de Direito FESP, explica que o projeto apresentado por sua equipe “identificou que as mulheres que possuem baixo desempenho dentro das empresas, sofre ou já sofreu algum tipo violência” e que “este grupo de mulheres tem um grande número de faltas e trabalham menos horas que os homens dentro da mesma empresa porque além da jornada de trabalho, elas tem dupla e até tripla jornada, tendo que cuidar da casa e dos filhos”.

A solução apresentada pela equipe da aluna FESP permite que a produção de relatórios e levantamento de dados aconteça de forma anônima e não individualizada. Segundo Franciane, o “acesso a informação é crucial para alavancar o negócio. Além de causar impactos positivos na sociedade, traz inúmeros benefícios para as empresas e seus funcionários, que se tornam mais produtivos, competitivos, trazendo mais lucros e inovação, ficando juridicamente mais segura, sendo realizada uma prevenção estratégica e a adequação de política interna às leis por meio do trabalho de compliance para igualdade de gênero e luta contra a violência da mulher dentro das empresas”.

Advogados e Startups

Outro destaque do Global Legal Hackathon, realizado pela Comissão de Gestão e Inovação da OAB/PR, foi a equipe MV Partner, composta pela aluna FESP Aline Lorusso Busse, do 8º período do curso de Direito, que definiu o evento como “uma competição multidisciplinar que envolve programadores, advogados, estudantes, designers e administradores”. Segundo a aluna, o objetivo de sua equipe foi “solucionar um problema encontrado pelos advogados dentro das startups, propondo um serviço de elaboração de contratos e documentos editáveis que se adequem à experiência do usuário, deixando o trabalho mais rápido, simples e barato”.

A proposta apresentada pela MV Partner ficou com o terceiro lugar no evento. Para Aline, a experiência proporcionou entender a sinergia de trabalho em uma equipe de formação heterogênea; aguçar a capacidade de tomada de decisão; a flexibilidade da vontade de cada integrante em prol de um bem maior; e compreender a dinâmica das ideias dentro do projeto – “para quem achava que não dava para mudar de ideia rápido, toda hora se pode mudar”, concluiu a aluna.

Ainda sobre sua participação no evento, Aline recomenda o modelo de evento “para quem tem vontade de desafiar seus limites mentais e físicos. Eu indico o hackathon para todo mundo, pois passamos a pensar num contexto coletivo e não só no mundo da advocacia, até porque o futuro já está no presente e cada mais precisamos ser multidisciplinares e exercer uma advocacia mais colaborativa”.

Mediação de guarda e NPJs

A aluna do 7º Período do curso de Direito Schnaider da Silva Ferreira integrou a equipe Unicórnio, quarto lugar no mesmo evento. A proposta de sua equipe, segunda a aluna, era “uma plataforma para conectar pessoas que precisam de mediação para guarda das crianças, mesmo antes de entrar com o processo de guarda, divórcio ou pensão. Nossa intenção era unir essas pessoas aos NPJs das faculdades, proporcionando essa opção de orientação a quem não tem acesso à justiça”.

Schnaider disse ainda que sua intenção era participar do evento como plateia, mas visto a desistência de participantes e a abertura de inscrições no momento do evento, tomou a iniciativa. “Não pegamos pódio, mas mesmo assim foi bem enriquecedor. Muito network e ampliação da visão para todo um campo de atuação dentro do direito”.

A advogada responsável pelo Núcleo de Prática Jurídica da FESP, Dr.ª Elaine Oshima, classificou da maior importância a participação dos alunos da FESP na mais recente edição do Global Legal Hackathon. “No ano passado fomos observadores e este ano os alunos participaram  em equipes distintas e  aprenderam que não há como pensar no direito sem compreender novas tecnologias”. Ainda segundo a advogada, “a maior lição que fica é não ter medo de inovar, de pensar o direito muito além dos códigos. Afinal, as novas tecnologias não pedem licença, muito menos desculpas”, conclui.

Fonte: Assessoria de Imprensa OAB/PR