Coordenador e docente de Psicologia ensinam os acadêmicos a identificar literatura de qualidade para embasar pesquisas científicas
A Semana Acadêmica de Psicologia contou com uma programação dedicada para a temática de “Formação científica e linhas de pesquisa em Psicologia”. Nos três dias de palestras, tanto de manhã quanto à noite, os acadêmicos tiveram o contato com grande parte do corpo docente do curso, ouvindo os relatos da jornada profissional de cada um deles.
Essa troca de conhecimentos despertou o interesse dos estudantes com as diferentes ramificações da área, expandindo os horizontes para além da psicanálise, abordagem que todos têm um pouco mais de familiaridade.
Na manhã de quarta-feira (15), o coordenador do curso, professor Bruno Pereira, e a professora Bianca dos Reis, responsável pelas disciplinas de Psicopatologia 1 e Psicologia Hospitalar, compartilharam as jornadas profissionais, englobando a atuação na clínica, docência e pesquisa científica.
O docente Bruno, no início de carreira, optou pela psicologia organizacional e, para alcançar esse objetivo, conquistou a vaga de analista de recrutamento e seleção. Dentre as principais atribuições no departamento de Recursos Humanos, estavam:
- Melhorar os processos organizacionais.
- Treinamento e desenvolvimento de comportamentos profissionais corporativos.
- Resolução de conflitos.
Em 2022, ele realizou uma transição de carreira: da área organizacional para a docência. São mais de três anos dedicados à sala de aula, ambiente onde dedicou esforços para pesquisar a análise do comportamento e mediação judicial. Além disso, escolheu pesquisar, na dissertação de mestrado, sobre a “Gestão de Mudanças Organizacionais, trabalhando o fator da resistência à mudança”.
Comunicação de notícias difíceis em ambientes médicos
A professora Bianca dos Reis tem trabalhos científicos dedicados à psicologia da saúde e a análise do comportamento. Esta ciência abriu caminhos para adentrar ao ambiente hospitalar e testar experimentalmente o comportamento médico para comunicar notícias difíceis aos pacientes.
A pesquisa conseguiu detectar mais de 300 comportamentos que o médico tem que realizar para alcançar o objetivo (comunicar notícias difíceis). O trabalho, que ganha forma para a tese de doutorado, analisará a eficiência do curso criado, tendo como público-alvo os médicos.
Questionada sobre o impacto desta contribuição profissional aos estudantes, a professora enfatiza que essa troca de experiências visa ensiná-los a recorrer à literatura de qualidade para embasar as pesquisas científicas.
“Não tem como falar de Psicologia sem falar de formação científica. Até porque, eles [os acadêmicos] vão apresentar condutas lá fora para melhorar a realidade. E essa conduta deve se basear em ciência”, finaliza.