Professora em estande do congresso de educação

Professora Renata Virgínia Moura, diretora acadêmica da FESP, participa do V Congresso Internacional de Educação, em Curitiba (PR). Foto por Gabrielle Cordovi / Agência de Comunicação ACCIO.

De 5 e 7 de junho, a FESP esteve presente em um dos maiores eventos de educação do país: o V Congresso Internacional de Educação – Um Novo Tempo. O encontro, promovido pelo Instituto Casagrande, contou com a participação de expositores da área, desde instituições de ensino até editoras.

Segundo dados divulgados pelo Instituto, o congresso contou com mais de 1,5 mil participantes, tanto no formato presencial quanto online, de 21 estados e 189 municípios do Brasil. O palco do teatro Fernanda Montenegro, localizado no Shopping Novo Batel, recebeu palestrantes renomados do campo educacional, tais como: Emilia Cipriano, Walcyr Carrasco, Guiomar Namo de Melo, Ana Ruth, Cristóvam Buarque, dentre outros.

Na perspectiva da professora Renata Virgínia Moura, diretora acadêmica da FESP, apresentar a instituição, por meio de um estande e, em paralelo, ouvir os palestrantes nos principais assuntos da atualidade, se tornaram fundamentais para o crescimento de todos.

É de extrema relevância estarmos nesse Congresso, visto que os temas tratados nas palestras convergem totalmente com a nossa visão de educação. Dentre os assuntos abordados, estão: tecnologia, criatividade e revisão de currículos. Tudo isso é muito salutar para o que estamos desenhando e construindo para esta nova FESP”, compartilhou.

Em entrevista concedida à FESP, o professor Renato Casagrande, presidente do Instituto, destacou a grandiosidade do evento. Ele relembra que o congresso surgiu em 2020, no período pandêmico, em formato virtual, contemplando educadores, diretores, coordenadores e pedagogos.  

“Na pandemia, vimos uma necessidade muito grande de levar para o professor uma formação diferente, já que estávamos em um momento muito diferente. E veio a ideia de realizar um pequeno evento para 6 mil pessoas online, mas, de repente, o congresso conseguiu reunir 150 mil participantes, em um evento que se tornou um dos maiores do mundo naquele momento. Reunimos uma lista de palestrantes, políticos, escritores, comunicadores, áreas que, de certa maneira, humanizam o mundo”, explicou.

 

Criatividade a partir do olhar da criança na educação básica 

Palco do teatro Fernanda Montenegro recebe professora para ministrar palestra no evento de educação

Palestra da professora Ana Ruth, doutora em Educação pela USP, trouxe reflexão sobre as ideias originais das crianças. Foto por Gabrielle Cordovi / Agência de Comunicação ACCIO.

A professora Ana Ruth compôs a mesa, intitulada de “Despertando a criatividade: processos de aprendizagem na educação básica com foco nas ideias originais das crianças”, durante o V Congresso Internacional de Educação.

A apresentação girou em torno do trabalho de pesquisa de pós-doutorado da palestrante, que diz respeito ao olhar original das crianças nas escolas. Para dar o suporte teórico-científico ao trabalho, a professora se debruçou a estudar as obras de Jean Piaget, Carl Sagan e Franco Lorenzoni.

Este último discorreu no livro “As crianças pensam grande”, sobre as dificuldades que as crianças encontram na escola para despertar o lado criativo e lúdico, sendo tolhidas de desenvolver essas habilidades importantes para o desenvolvimento cognitivo.

“A sociedade vive um capitalismo no qual tudo tem que ser útil, produtivo, eficaz e veloz. Esse sistema nos adoece como pessoas. A escola virou uma grande agência de cumprir metas”, enfatizou Ana Ruth.  

Ao longo dos últimos anos, durante a pesquisa, a professora identificou algumas condições primordiais para garantir o aprendizado do indivíduo já na infância:

  • Na escola, ela precisa ter o encontro com o inesperado;
  • Se surpreender com os novos conhecimentos;
  • Ter tempo para observar o próprio entorno;
  • Errar durante o processo de aprendizagem;
  • Para que, por fim, possibilite o encontro com o belo.

A palestra, que dialoga com a educação positiva da FESP, teve por objetivo gerar reflexões, perpassando pela relação da criatividade e aprendizagem, além do despertar para o lúdico e o ceticismo. Características que Carl Sagan orienta a adotar no ensino das crianças, afinal elas precisam aprender a contestar o mundo.