Psicóloga especialista em Clínica analítico comportamental mostra todas as particularidades da gestão e do empreendedorismo para os interessados em trabalhar como autônomos 

Alunos e docentes realizam um registro conjunto na sala corporativa da FESP

Encerramento da Semana Acadêmica na quarta-feira de manhã (15), com a presença da palestrante Gabriela Gonçalves Amor. Foto por Gabrielle Cordovi / Agência de Comunicação ACCIO.

As novas lógicas do mercado exigiram uma adaptação dos profissionais nas mais diversas áreas do conhecimento e, na Psicologia, não poderia ser diferente. Se tornar um trabalhador autônomo tem as suas vantagens e desvantagens, mas trilhar esse caminho pode ser gratificante por cumprir com o propósito de fazer a diferença na vida das pessoas. 

Esta ideia de abrir o próprio negócio e saber também como geri-lo requer alguns cuidados que envolvem a contabilidade, a prefeitura, o conselho da categoria, entre outros aspectos. Se o caso for analisar a variação das alíquotas, cabe a contratação de um contador; agora, se o cenário envolve a solicitação do alvará, cabe recorrer a prefeitura do município; e, por fim, para se inserir no mercado de trabalho, há a exigência do registro do profissional no conselho da categoria, neste caso, no Conselho Regional de Psicologia (CRP).

Os detalhes desta realidade enfrentada pelo profissional autônomo de Psicologia foi tema de debate na Semana Acadêmica da FESP. A palestrante Gabriela Gonçalves Amor, especialista em Clínica Analítico Comportamental, orientou os acadêmicos em como dar o primeiro passo em um mercado extremamente concorrido e saturado.

Dentre as orientações compartilhadas, constavam na palestra: 

  • Adquirir o registro profissional e de empresa no Conselho Regional de Psicologia (CRP).  
  • Optar por atuar como pessoa física (PF) ou pessoa jurídica (PJ) 
  • Declarar o imposto de renda, emitindo nota fiscal pelo ISS.  
  • Realizar uma pesquisa de mercado para definir a precificação, tendo como base o que o Conselho Federal de Psicologia (CFP) estipula e identificando com os colegas o valor médio cobrado aos pacientes.  
  • A necessidade de apostar em uma renda passiva em paralelo com a ativa. 
  • Ao captar clientes, a psicóloga recomenda que o recém-formado invista na própria rede de contatos, expandindo por meio de networking, palestras e redes sociais.  
  • E atrelado a tudo isso: obter uma formação adicional, para se diferenciar no mercado.  

Ela ainda recorda que psicólogo não trabalha como MEI. As possibilidades são duas: Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI), que se enquadra no Simples Nacional, com uma alíquota mais baixa e tendo que bancar sozinho os impostos; e ainda optar por trabalhar em Sociedade (LTDA).

“Depois que você chega em um faturamento de 30 mil reais acumulados, a alíquota começa a variar. Neste momento, ter um contador não é, estritamente, obrigatório, mas pode te ajudar a olhar para essa variação”, orientou.    

A escolha do profissional em encarar a realidade do próprio negócio inviabiliza os benefícios que uma carteira assinada proporciona ao trabalhador, como férias e licença-maternidade. Por conta deste cenário, a psicóloga ressaltou a importância de se investir em renda passiva.

“Ter uma fonte de renda passiva não é necessário, mas ajuda em momentos cruciais, tendo em vista que, a grande parte dos profissionais, trabalha como autônomo. Ou seja, nós, psicólogos, não temos férias ou licença-maternidade. [Por isso] Ter uma renda passiva pode ser uma forma de construir uma reserva de forma segura”, esclareceu.